O Projeto de Lei 1366/2023, que visa proibir a prática perigosa conhecida como ‘surf nos ônibus’, tem gerado grande controvérsia entre os motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife. Aprovado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) no dia 30 de outubro, o PL determina que motoristas interrompam o veículo caso identifiquem infratores e, se necessário, acionem a polícia. Em protesto, os rodoviários se manifestaram no Centro do Recife nesta segunda-feira (4) contra o que consideram uma medida injusta.

De autoria do deputado estadual Pastor Júnior Tércio (PP), o projeto prevê ainda multas pesadas para os infratores — até 100 vezes o valor da passagem — e penalidades às empresas que não cumprirem a lei. No entanto, a categoria dos rodoviários alega que a proposta transfere uma responsabilidade desproporcional para os motoristas, já sobrecarregados com a dupla função de conduzir e cobrar passagens nos ônibus, que são veículos de grande porte e difíceis de manobrar.

O Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco criticou a falta de diálogo na aprovação do PL, que, segundo a entidade, foi aprovado sem consulta prévia à categoria. “Hoje, 4 de novembro de 2024, voltamos às ruas para mostrar nossa revolta com a aprovação do PL 1366/23, que visa proibir o surfe rodoviário, mas coloca sobre os motoristas uma responsabilidade inaceitável. Em nenhum momento o sindicato foi procurado para discutir essa questão tão sensível”, declarou o sindicato em nota.

O protesto contou com a adesão de motoristas que pedem à governadora Raquel Lyra (PSDB) que não sancione o projeto, enfatizando que a segurança no transporte público deve ser uma responsabilidade compartilhada entre as autoridades e a sociedade, e não delegada exclusivamente aos condutores dos ônibus.

Fonte: JC Online