A Prefeitura do Recife, sob o comando do prefeito João Campos (PSB), anunciou um novo adiamento na entrega do Parque Eduardo Campos, localizado no bairro do Pina. O terceiro termo aditivo ao contrato de construção foi publicado no último sábado (2), prorrogando a conclusão das obras de 17 de outubro deste ano para 16 de março de 2025. O atraso de cinco meses é apenas o mais recente em uma série de adiamentos que agora somam oito meses desde a previsão original, inicialmente marcada para julho de 2024.

O projeto, considerado um marco na gestão de João Campos, já teve seu custo ampliado de R$ 62 milhões para R$ 76,5 milhões. Desse valor, cerca de R$ 55 milhões foram pagos à construtora Loquipe Locação de Equipamentos e Mão de Obra, responsável pela execução das obras. A empresa foi contratada por meio do Gabinete de Projetos Especiais da Prefeitura do Recife, que gerencia essa iniciativa ambiciosa.

Motivações por Trás dos Adiamentos

Analistas apontam que o ritmo acelerado das obras no início de 2023 pode ter sido influenciado pelo calendário eleitoral. Com a reeleição de João Campos já assegurada, a pressão para entregar o projeto parcialmente, permitindo uma gestão mais flexível dos prazos. Agora, com mais quatro anos de mandato pela frente, o prefeito tem maior margem para concluir o Parque Eduardo Campos sem a urgência imposta anteriormente.

A entrega do parque é vista como parte de uma estratégia mais ampla de Campos para revitalizar áreas urbanas degradadas e promover espaços verdes na cidade. No entanto, o atraso gera desconforto tanto na população quanto entre os críticos da gestão, que questionam o impacto real das obras diante dos problemas estruturais do Recife, como o déficit habitacional e a mobilidade urbana.

Histórico de Projetos Urbanísticos

Apesar dos contratempos, João Campos conseguiu alcançar um feito significativo ao destravar o projeto do Parque da Tamarineira, outro empreendimento urbanístico que havia atravessado décadas de promessas sem soluções concretas. A primeira etapa do Parque da Tamarineira foi entregue em julho deste ano, trazendo novos espaços de lazer com vegetação ampliada, quadras poliesportivas, academia ao ar livre e playground infantil. O parque ocupa uma área de 10,5 hectares no terreno do antigo Sítio Tamarineira, que foi cedido pela Santa Casa de Misericórdia em um acordo que precisou de aprovação até mesmo do Vaticano.

Essa conquista veio após um longo imbróglio envolvendo disputas imobiliárias e negociações complexas. João Campos e sua equipe adotaram uma solução de engenho: a troca da maior área da Tamarineira, cuja valorização havia sido travada por questões legais, por um terreno de menor extensão, mas com grande potencial de desenvolvimento, onde será construído o Parque Eduardo Campos. O processo foi tão complexo que até o Papa teve que aprovar a transação, um detalhe que exemplifica as dificuldades enfrentadas pela gestão municipal.

Implicações e Repercussões

O adiamento das obras do Parque Eduardo Campos gera incertezas, mas também destaca os desafios de urbanizar uma cidade historicamente marcada por atrasos e obras inacabadas. O prefeito João Campos tem se esforçado para reverter essa percepção, e os projetos dos parques Eduardo Campos e Tamarineira são vistos como provas de sua determinação em entregar resultados.

O Parque Eduardo Campos promete transformar o Pina em um polo de lazer e convivência, com a construção de praças internas, pistas de cooper, playgrounds e banheiros. Além disso, o espaço deverá ter academia para a terceira idade e quadras poliesportivas, atendendo a uma ampla gama de necessidades da população.

No entanto, os críticos argumentam que a obra precisa ser concluída sem mais interrupções, especialmente porque a ampliação dos custos já pesa no orçamento público. O fato de quase R$ 55 milhões terem sido pagos sem a conclusão das obras é um ponto de atenção para especialistas em finanças públicas.

Expectativas e o Futuro da Gestão João Campos

Com prazos estendidos e orçamentos ajustados, o governo municipal busca equilibrar a entrega de grandes obras com a manutenção de serviços essenciais. O sucesso do Parque Eduardo Campos, junto com a entrega definitiva do Parque da Tamarineira, pode definir o legado urbanístico de João Campos e sua capacidade de modernizar o Recife.

Em uma cidade que homenageia o ex-prefeito Joaquim Francisco por iniciativas urbanísticas como a titularidade da Praça da Jaqueira, João Campos tem a oportunidade de deixar sua marca. No entanto, para que essa oportunidade se concretize, a gestão precisará acelerar as obras e evitar novos atrasos, garantindo que os benefícios prometidos aos recifenses finalmente se tornem realidade.

O desafio é grande, mas a determinação da equipe de João Campos sugere que ainda há esperança de transformar os espaços urbanos do Recife em locais de convivência moderna e sustentável.

Fonte: Blog do Jamildo