O Conselho Médico da Califórnia revogou a licença do Dr. Lucien Cox, um ginecologista de 75 anos, após constatar conduta não profissional em um caso de 2021. Durante um exame de rotina em Los Angeles, Cox teria abordado uma paciente de 63 anos com mensagens religiosas, violando os protocolos éticos da prática médica.

De acordo com a denúncia, o Dr. Cox questionou a paciente, que revelou ter feito um aborto em 1987, se ela gostaria de “ir para o Céu e evitar o diabo”. Além disso, ele a convidou a participar de um grupo de estudo bíblico destinado a mulheres que lidam com sentimentos de culpa pós-aborto. A paciente, que se declarou não religiosa, considerou a abordagem inadequada e formalizou uma queixa contra o médico.

A investigação conduzida pelo Conselho Médico concluiu que o comportamento do ginecologista se afastou das normas profissionais, resultando em “negligência grave”. Com a revogação de sua licença, Cox encerra sua carreira sob circunstâncias controversas. Em resposta, o advogado do médico negou algumas das alegações e defendeu que seu cliente, um homem profundamente religioso, sugeriu o estudo bíblico como um apoio espiritual, e não como uma imposição.

O advogado também observou que o Dr. Cox já havia decidido encerrar seu consultório e se aposentar, o que influenciou sua escolha de não recorrer da decisão. “Ele não contesta a decisão, pois já havia planejado sua aposentadoria”, explicou.

O caso reaviva discussões importantes sobre os limites da prática médica quando interseccionada com convicções religiosas nos Estados Unidos. Especialistas apontam que, embora a liberdade de crença seja protegida, a introdução de elementos religiosos em contextos profissionais deve ser feita com extremo cuidado para não comprometer a neutralidade e a ética do atendimento médico.

Fonte: Gospel Prime