Notícias

Disputa judicial expõe polêmica sobre o comando e finanças da Igreja Bola de Neve

Conflitos envolvem ex-esposa do fundador, acusações de irregularidades financeiras e arrecadação milionária
  • Categoria: Gospel
  • Publicação: 03/01/2025 18:24
  • Autor: Redação

A Igreja Bola de Neve, com cerca de 560 templos em todo o país e uma arrecadação anual que pode ultrapassar R$ 250 milhões, enfrenta uma intensa disputa judicial pelo controle de sua administração. A controvérsia ganhou novos capítulos após a morte de seu fundador, o apóstolo Rina, em novembro de 2023.

Acusações de fraudes e desvios

Denise Seixas, pastora, cantora gospel e ex-esposa de Rina, acusa o conselho administrativo da igreja de irregularidades financeiras, incluindo o uso de empresas de fachada para movimentações suspeitas. A denúncia foi apresentada ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) e envolve companhias como a SIAF Solutions, Green Grid Energy e Filhos do Rei Serviços de Conservação, ligadas a membros do conselho.

Segundo a denúncia, a SIAF Solutions arrecadou cerca de R$ 492 mil por meio de taxas aplicadas sobre dízimos e doações. A Green Grid Energy, empresa criada em maio de 2023, teria faturado R$ 6 milhões com serviços financeiros prestados à igreja. Já a Filhos do Rei Serviços de Conservação, vinculada à irmã de um membro do conselho, emitiu notas fiscais milionárias sem clareza sobre os serviços realizados.

Disputa pelo comando

Denise também contesta judicialmente sua renúncia ao cargo de vice-presidente da igreja, ocorrida após o divórcio do casal em agosto de 2023, alegando que o documento nunca foi homologado. Recentemente, uma decisão judicial declarou a renúncia inválida, permitindo que Denise reassuma o cargo e o comando da igreja.

Entretanto, a disputa segue em andamento. A 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a decisão favorável à pastora, mas o caso foi redistribuído para outra vara judicial.

Inventário de bens

Além da disputa pelo controle da igreja, há uma batalha pelo inventário dos bens deixados por Rina. A Justiça de São Paulo nomeou o filho mais velho do casal, Rinaldo Neto, de 19 anos, como responsável pela administração dos bens, negando o pedido de Denise para ocupar a função.

Respostas e posicionamentos

  • Denise Seixas: Por meio de seus advogados, afirmou que "há uma comunicação judicial de indícios de irregularidade junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo".
  • Conselho da igreja: Afirmou que a gestão segue "totalmente de acordo com a legislação e boas práticas de conformidade" e que as finanças são auditadas por uma empresa multinacional há mais de uma década.
  • Everton César Ribeiro, presidente do conselho e citado nas denúncias, rebateu as acusações de Denise, afirmando que são falsas e que "os contratos são regulares e auditados".

A disputa jurídica segue como um capítulo sensível na trajetória de uma das maiores igrejas neopentecostais do Brasil.

Fonte: Metrópoles e Jornal Extra