A disputa judicial entre o músico brasileiro Toninho Geraes e a cantora britânica Adele ganhou mais um capítulo intrigante. Representado por seu advogado Fredímio Biasotto Trotta, Geraes acusa Adele e sua equipe de falsidade processual, após suspeitas envolvendo assinaturas em documentos apresentados no caso.

A denúncia

No processo, que alega plágio da canção "Mulheres", famosa na voz de Martinho da Vila, por "Million Years Ago", de Adele, a defesa de Toninho Geraes identificou possíveis adulterações em documentos submetidos pela equipe da cantora.

De acordo com Trotta, a assinatura atribuída a Adele em uma procuração apresenta indícios de irregularidades, como rabiscos e entrelinhas manuscritas. Além disso, o documento, supostamente emitido em São Paulo, mistura português e inglês sem tradução juramentada, um detalhe que levanta dúvidas sobre sua autenticidade.

“Após comparar a assinatura com autógrafos e registros públicos disponíveis, notamos divergências evidentes. Por isso, protocolamos uma notícia-crime e um incidente de falsidade processual”, declarou o advogado.

A ausência de Adele, Greg Kurstin (coautor de "Million Years Ago") e representantes da gravadora Beggars Group na reunião de conciliação em 19 de dezembro também foi questionada.

Impacto no processo

A defesa de Toninho Geraes teme que as irregularidades possam levar à anulação do caso no futuro. Se comprovada a falsificação, o time jurídico de Adele poderia argumentar que a cantora não estava devidamente representada, comprometendo o andamento da ação.

Trotta enfatiza que, caso Adele, Kurstin e a Beggars Group desconheçam o ocorrido, também seriam vítimas da suposta falsificação:

“Se Adele, Greg e Beggars não sabiam, também são vítimas. Se sabiam, são cúmplices.”

A perícia deverá determinar a autenticidade das assinaturas nos documentos.

Entenda o caso de plágio

Toninho Geraes acusa Adele de plágio, alegando que "Million Years Ago" apresenta semelhanças evidentes com "Mulheres", lançada em 1995. Em dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a retirada da música das plataformas digitais.

Por outro lado, a Universal Music, gravadora de Adele, contestou a decisão, argumentando que ambas as canções utilizam um clichê musical comum, o que não configuraria violação de direitos autorais.

A posição das partes

Até o momento, a equipe de Adele e os demais envolvidos não se pronunciaram sobre as novas acusações. O caso segue repercutindo internacionalmente, alimentando debates sobre direitos autorais e a complexidade de processos que envolvem artistas de diferentes culturas.

O desfecho do caso dependerá dos resultados da perícia e das investigações sobre a suposta falsificação.

Fonte: Pleno News